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Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros... Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Guerrilha do Caparaó

A Guerrilha do Caparaó foi provavelmente o primeiro movimento armado de oposição a ditadura militar brasileira (1964-1985). Inspirado na guerrilha de Sierra Maestra, teve lugar na Serra do Caparaó, divisa entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, no período 1966 - 1967.
Promovida pelo Movimento Nacionalista Revolucionário - MNR, organização baseada inicialmente em Montevidéu, a guerrilha contou com o apoio financeiro cubano, obtido através de negociações entre Leonel Brizola, auxiliado pela A.P e o governo de Cuba.[1] Segundo Denise Rollemberg, alguns membros do grupo - majoritariamente constituído por ex-militares, expulsos das Forças Armadas, por serem contra ditadura - também receberam treinamento na Ilha.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leonel Brizola, figura política que teve destaque neste evento.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 Posteriormente o governo cubano teria preferido apoiar Carlos Marighella. O movimento perdeu seu suporte financeiro e os guerrilheiros foram praticamente abandonados no alto da serra.
Na verdade, a tentativa de implantação de uma Guerrilha na serra de Caparaó foi frustrada antes mesmo que o movimento entrasse em ação. Os seus integrantes permaneceram no local por alguns meses realizando treinamentos e o reconhecimento da região e foram presos pela Polícia Militar mineira após serem denunciados pela própria população.[2] Consta que o grupo, desassistido pela organização, começara a roubar e a abater animais para não morrer de fome - razão pela qual acabou sendo alvo de denúncia à polícia.
Descoberto pelos serviços de inteligência da ditadura, o movimento foi rechaçado em abril de 1967, por um grupo da Polícia Militar de Minas Gerais. Segundo as fontes, praticamente não houve troca de tiros. Os guerrilheiros, cerca de vinte homens esgotados e famintos - alguns bastante debilitados pela peste bubônica - foram presos no próprio sítio onde se abrigavam ou nas cidades vizinhas.[3] Moradores da região também foram detidos para investigação.

 
 
 
 
 
Pico da Bandeira, local em que aconteceu a Guerrilha do Caparaó.
Mais tarde, com todos os guerrilheiros presos, as Forças Armadas chegaram a questionar se aqueles homens eram mesmo revolucionários ou apenas criminosos comuns. Para provar, a polícia mineira os fotografou e fotografou também os seus documentos, o que comprovava serem ex-militares. Foi armada então uma grande operação conjunta do Exército e da Força Aérea, com apoio da polícia, para eliminar outros guerrilheiros que pudessem estar escondidos na serra. No entanto, não havia mais ninguém e a operação não passou de uma demonstração de força com o objetivo de desencorajar outros focos de resistência armada pelo país.
Para aliviar o desassossego e ganhar o apoio da população local, espantada com tamanho aparato bélico, o Exército promoveu atividades assistenciais e recreativas nas comunidades - atendimento médico gratuito aos habitantes, palestras nas escolas e exibição de filmes de propaganda do regime militar.

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